Educação

Blog

Pra que estudar?

Esses dias presenciei uma cena inusitada, dois adolescentes filosofando. É isso mesmo! Adolescentes e jovens também discutem sobre pressupostos da filosofia, como a existência, o conhecimento, as descobertas, a linguagem.  Eles debatiam sobre a necessidade de estudar. Questionavam, esbravejavam, e reclamavam da dura e árdua vida que levavam como estudantes. “Para que estudar?” era o […]


  • Compartilhar:
Estudante

11 de agosto dia do Estudante

Esses dias presenciei uma cena inusitada, dois adolescentes filosofando. É isso mesmo! Adolescentes e jovens também discutem sobre pressupostos da filosofia, como a existência, o conhecimento, as descobertas, a linguagem. 

Eles debatiam sobre a necessidade de estudar. Questionavam, esbravejavam, e reclamavam da dura e árdua vida que levavam como estudantes. “Para que estudar?” era o tema do debate. Coloquei-me como um mero expectador.

Para esses eternos inconformados, o problema é que as respostas são no mínimo vazias, ou mesmo genéricas demais. Digo isso porque a resposta clichê é sempre a mesma: para ter um futuro melhor. Deve-se levar em conta também que, alguns questionam a necessidade de estudo para “melhorar de vida” nem mesmo sabem o que é ter um presente ruim, por isso não podem mensurar o que é um futuro melhor.

Para esse tipo de estudante até foi composta uma música popular, que pergunta: “pra que estudar, se tudo o que eu quero meu pai me dá?” Lembrando ainda daquelas personalidades que saem no meio da faculdade ou ainda aqueles que mal concluem o ensino básico e se dão bem na vida. Eles sempre são lembrados pelos estudantes, mas não posso deixar de alertá-los: fazem parte da minoria. São exceção. Disseram-me certa vez que a educação liberta, concordo.

Conheço outros estudantes que reclamam da escola não pelo estudo, mas pelo distanciamento. Falam do abismo entre a modernidade do mundo real e a escola, com suas práticas antigas. Não estou dizendo que sem tecnologia é impossível levar educação, afinal de contas, pensam alguns, o conteúdo é nosso foco. Mas por que não oferecer um conteúdo de qualidade, num ambiente agradável, tomando a tecnologia como aliada, e usando ferramentas da rotina diária desse estudante? Sou fã de computador e outros apetrechos tecnológicos, mas não abandono o caderno, a escrita, o lápis e a borracha. A tecnologia não veio para acabar com o professor, mas para auxiliá-lo.

Mas também sei de estudantes que, mesmo diante de todos esses fatos, dos desafios e da dificuldade, veem nas letras, nos números e na ciência parte do seu prazer. Novos conhecimentos, novos horizontes. Adoram a escola. Sabem que lá estão crescendo, se relacionando, se envolvendo. Estudantes que conseguiram ver além das paredes da sala de aula. Que sentem prazer por criar, por refletir, por conseguir questionar e inferir com seus argumentos. Encontraram na escola uma alternativa para uma vida com mais qualidade e liberdade. Compreenderam que a solução está além das fórmulas, dos textos e do discurso. Está na prática de uma vida coerente, integra e justa.

De fato, com tecnologia ou sem, com recursos financeiros de sobra ou faltando um pouco, na cidade ou longe dela, quando cada estudante perceber sua influência e utilidade para a comunidade, não mais perguntará “pra que estudar?”, mas como aplicar seu conhecimento a favor de uma sociedade menos corrupta e mais justa.

Esses jovens e adolescentes vão deixar o campo do pensamento e reflexão para ações responsáveis e piedosas. E em algum momento, entre um aplicativo e outro, uma prosa e um debate, descobrirão a Fonte de todo conhecimento, e saberão que Ele mesmo afirmou ser o Caminho, a Verdade e a Vida.

Voltando ao diálogo inicial entre os adolescentes, a conversa encerrou com o sentimento de que estudar não é tão negativo assim. Tive a impressão de que realmente o que incomoda não é apenas a indisposição e inconformidade com o estudo em si, mas a falta de aplicação do seu conteúdo na realidade. Eles entenderam que informação pode tornar-se conhecimento, que estudo é crescimento e requer disciplina, dedicação, tempo e responsabilidade. Com essa compreensão, serão melhores filhos, melhores amigos e melhores estudantes. Melhores para família, melhores no colégio e melhores para a sociedade.

  • Compartilhar:
Previous article
Próximo artigo